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Pr. José Soares Leite

Derramamento do Espírito Santo


Nos propósitos divinos, a promessa do derramamento do Espírito Santo da qual falou o Pai diz respeito, principalmente, aos últimos dias. “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões” (Jl 2.28). Isto foi confirmado pelo apóstolo Pedro, no dia de Pentecostes (At 2.16-18), conforme ficou evidenciado na sua pregação.


Em Jerusalém, aconteceu somente o início da dispensação do Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.4,8). Como explicou Pedro, ao citar a profecia de Joel que diz: "derramarei o meu Espírito". O apóstolo substituiu esta expressão por: "derramarei do meu Espírito", que significa parcialidade e não plenitude. Desta forma, a efusão do derramamento do Espírito Santo, somente acontecerá com o último avivamento neste tempo do fim, como disse o Pai: "E há de ser que, depois...(v.28) naqueles dias, derramarei o meu Espírito (v.29b), ou seja, totalmente.


O batismo com o Espírito Santo não é um modismo. É o revestimento de poder que foi prometido pelo Pai, ratificado por Jesus e operado pelo Consolador (Lc 24.49; At 1.4,8). A evidência é o falar em outras línguas (At 2.1-3; 1Co 14.2,4,18,22,26); era a Babel às avessas (Gn 11.7-9). Em Jerusalém, no Pentecostes, cada um ouvia e entendia na sua própria língua (At 2.6,7,8). Um duplo milagre aconteceu ali; os discípulos falaram em língua estranha (glossa no grego) (1Co 14.2) e cada representante das 17 nações ouvia em sua própria língua (dialektos no grego) (At 2.8).


Discípulos sendo batizados no dia te Pentecostes

Vemos no Antigo Testamento que o Espírito Santo só era manifesto sob medida em pessoas e em circunstâncias apropriadas, segundo os propósitos de Deus. Vemos isto acontecer, entre outros exemplos, com:

- Moisés e os setenta, onde Deus repartiu-lhes o poder do Espírito (Nm 11.24,25);

- Isaías, a quem foi dada a inspiração para profetizar o derramamento do Espírito, neste tempo final (Is 44.3);

- Joel, que recebeu a forma característica do autêntico pentecostalismo, quando o paracleto seria enviado de vez para o derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28,32a);

- João Batista, que no final da Lei, precedeu a Jesus e apontou para o Cordeiro como o que batizaria com o Espírito Santo e com fogo nesses dias (Mt 3.11).


E depois disto, o Filho de Deus prometeu o derramamento do Espírito Santo, antes de ser assunto aos céus (At 1.4,8).


O batismo com o Espírito Santo na história da igreja foi uma constância. Muitos foram os crentes que experimentaram tal experiência na prática. Tanto nos três primeiros séculos, antes da igreja se romanizar, como depois da Reforma Protestante no século XVI, onde houve grandes avivamentos na história nos séculos XVIII e XIX e chegando até os nossos dias.


O batismo com o Espírito Santo teve como principal objetivos a expansão da igreja primitiva que se deu em consequência do derramamento do Espírito Santo sobre os apóstolos e demais discípulos (At 2.1). Mas, o importante é que a promessa que Jesus fez não foi apenas para os crentes da igreja da era apostólica, mas, principalmente, para todos os que nEle creem, a fim de que todos recebam o poder de Deus e sejam "cheios do Espírito Santo", como os 120, no dia de Pentecostes (At 2.4; 4.31; 13.53).


Que todos nós possamos, igualmente, testemunhar e pregar o Evangelho de Cristo, como Eles fizeram em Jerusalém, Samaria, Éfeso, Tessalônica e toda Ásia Menor (At 2.4; 8.15-17; 9.17; 11.15; 13.4-9; 19.6) e nós, hoje, nos confins da terra (Mc 16.15-17; Mt 24.14; 28.19).

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