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Pr. José Soares Leite

A Misericórdia de Deus


Quando a Bíblia fala sobre a misericórdia de Deus, está sempre se referindo ao homem, por causa da consequência do seu pecado abominável cometido contra o Senhor, quando vivia em santidade perante o Senhor. A Palavra de Deus diz assim: “Deus, que é riquíssimo em misericórdia” (Tg 2.13). Essa misericórdia, veio em favor do pecador, por meio de Jesus Cristo (Rm 6.23) e é por ela que Deus, em Jesus, nos dá a salvação, a remissão dos nossos pecados (Rm 3,23) e o livramento da condenação eterna que merecíamos (Lc 1.77-78; Ef 2.4-5).

Está escrito na Palavra o seguinte: “O Senhor é longânimo e grande em misericórdia, que perdoa a iniquidade e a transgressão” (Nm 14.18). Diz ainda que: “As misericórdias do Senhor, são a causa de não sermos consumidos” (Lm 3.22,23). A misericórdia de Deus retém sua ira (1Rs 8.50; Sl 78.38) e susta a penalidade da condenação sobre o pecador (Rm 3.23), para que a obra da graça se opere nele (Ef 2.4). Temos, ainda, o que registra Tito (3.5): “segundo a sua misericórdia, nos salvou” e também 1 Coríntios (1.3), que diz: “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias”.

Em sua sina maligna, Satanás (Jo 10.1), deixou o homem pecador em estado de “miséria” por causa de sua desobediência à Deus. Daí o homem passou a viver sob o estigma do mal, apesar de Deus ter-lhe prevenido no Éden (Gn 2.17).

O que então significa a Misericórdia de Deus?

A palavra “misericórdia” é o oposto de “miséria”; “misericórdia” é mencionada 158 vezes nas Escrituras em referência ao pecador. Na linguagem original (hebraico), misericórdia é o sentimento que vem do 'íntimo das entranhas da alma, misericórdias, compaixão'. No grego, a generosidade da sua beneficência.

A teologia define misericórdia como compaixão de Deus suscitada pelo estado de miséria do pecador. Em suma, a misericórdia é uma atitude do amor de Deus em relação ao homem perdido. Deus age de forma misericordiosa simplesmente porque lhe apraz (Ne 9.31; Sl 78.38; Is 53.10; Jn 4.2). Ele disse: “e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êx 33.19). As misericórdias do Senhor são muitas, são grandes (1 Cr 21.13; Sl 51.1); são eternas (Nm 14.19; Ne 9.31; ); Sl 103.17; 106.1); são boas (Sl 109.21).

Como salvos, fomos alcançados pela misericórdia de Deus (Tt 3.5) e devemos exercitar as obras do amor demonstrando nossa compaixão pelos perdidos. O crente tem o privilégio de exercer a misericórdia aos necessitados como expressão do amor de Deus. Devemos praticar as obras de misericórdia, nas áreas das necessidades prementes do homem:

1º - Espiritual, por ser a mais urgente; para isto, Deus enviou seu Filho para salva-lo do seu estado de miséria e herdar a vida eterna (Ap 3.17);

2º - Humana, acudir os próximos carentes e necessitados (Mt 25.25-36).

3º - Evangelização, é a obra primaz do crente, porque os campos já estão brancos para a ceifa (Jo 4.35; Mc 6,34).

O texto de Mateus 5.16 diz: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejas as vossas obras (de misericórdia – grifo meu) e glorifique o vosso Pai que está no céu.” E Paulo menciona mencionada misericórdia ao lado da graça de Deus (1Tm 1.2; 2Tm 1.1; Tt 1.4).

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