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A Natureza e a Organização dos Demônios

Pr. José Soares Leite

A doutrina dos demônios (demonologia), é pouco difundida na igreja. No entanto, é de suma importância o estudo desta matéria para sabermos a origem e natureza desses entes malignos. É necessário que o crente conheça como essa organização do reino das trevas atua na esfera humana, pois o diabo é nosso adversário e está ao nosso derredor, rugindo como se fosse leão buscando a quem possa tragar (1Pe 5.8 ); e ele veio para roubar, matar e destruir (Jo 10.10). Nas Escrituras, vemos muitas menções de ocorrências de demoníacas, tanto no Novo Testamento (Mt 25,41; Mc 1.34; Lc 8.2,27; Rm 5.1: Ap 20.2), como no Antigo (Lv 17.7; Dt 32.17; 2Cr 11.15; Sl 106.37).

Vemos que, originalmente, a natureza dos anjos caídos, quando foram criados por Deus, era boa e eles eram dotados de livre-arbítrio para livremente servirem a Deus. Depois que se achou iniquidade no querubim ungido (Lúcifer), uma terça parte dos anjos se corromperam e rebelaram contra Deus (Ez 28.14-18; Jo 8.44; 2Pe 2.4; Jd 6; Ap 12.9). Sendo punidos por Deus, se tornaram seres espirituais malignos (demônios). Depois que Deus criou este mundo e os homens (Gn 1.2-31), Satanás e suas hostes se estabeleceram nas regiões celestiais (Ef 6,12). De lá ele opera suas ações malignas através de seus demônios contra a igreja e a humanidade, no seu desígnio mau de roubar, matar e destruir (Jo.10.10)

Os vários nomes desses entes malignos mencionados nas Escrituras são: espíritos imundos (At 8.7), espíritos malignos (Lc 8.2; At 19.12-13; Ef 6.16) e demônios (Lc 9.1). Eles são seres espirituais maus (Mt 8.16; Mc 1.23; 9.17-25; Ef 6.12) e dotados de poder (Mc 5.1-4; At 19.16; Ap 16.13,14). Esses seres possuem intelecto (Mc 1.35,34; 1Tm 4.1-6) 1Jo 4.1-4) e têm emoções que os fazem estremecer, gritar, implorar (Tg 2.19), Lc 8.28) e se irar (Ap 12.12).

A quantidade de demônios é numerosa (Ap 9.13-19), são espíritos desprovidos de corpos, mas são capazes de possuir corpos humanos (Ez 28.18’; Lc 11.24-26). Uma legião deles (cerca de 6 mil) fizeram a possessão de um homem gadareno (Mc 5.9), como também de animais (Mc 5.12,13).

A organização dos anjos caídos obedece a uma hierarquia, porque eles constituem um reino de trevas espirituais. Os demônios influenciam as nações e os povos para praticarem toda sorte de maldades e abominações contra Deus: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, contra essas classes: os principados, potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). É nessa região que os crentes, junto com Jesus, travam as batalhas contra eles (Ef 1.3).

O intento maligno de Satanás é dominar as almas neste mundo tenebroso: “todo mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19). Existem quatro designações para organização hierárquica do reino diabólico e tenebroso de Satanás (Ef 6.12).

- Os principados são a primeira classe que ocupa posições mais elevadas (Cl 2.15; 1Pe 3.22).

- As potestades espirituais agem para influenciar as nações e os povos para praticarem o mal em todas áreas (Mt 12.26).

- Príncipes quer dizer líderes, que comandam outros demônios (Ef 2.2).

- Hostes espirituais, indica que eles vivem na escuridão (Mt 8.12). Essa classe tem o poder de produzir possessão, assenhorando-se das vidas que eles possuem.

A atuação demoníaca é diversificada, eles se opõem ao propósito de Deus (Dn 10.10-14), na execução das ordens de Satanás (1Tm 4.1; Ap 16.12-14). Nas suas atuações afligem as pessoas com todos tipos de doenças e enfermidades (Mt 8.28; 17.15; Mt 9.33; 12.22; Mt 12.22; Mc 5.5; Lc 13.11; Mc 9.25). Só o crente fiel, que estiver revestido de todas as armas espirituais e de cada peça da armadura de Deus e o poder do Espírito Santo, pode combater nessa batalha espiritual (Ef 6.10-17).

O querubim que se tornou em Satanás, foi criado perfeito (Ez 28.15). Ele foi criado em perfeição da sabedoria e formosura (Ez 28.12) até que se achou iniquidade nele e pelo seu orgulho elevou o seu coração a considerar-se semelhante a Deus: “Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.14; 1Tm 3.6). Assim, ele foi expulso do céu: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva!” (Is 14.12).

Ezequiel enfatiza mais a sua origem (Ez 28.14-19), enquanto que o profeta Isaías que o chama de “estrela da manhã”, trata mais da sua exaltação (Is 14.12-16), e ambos falam de sua condenação (Is 14.15; Ez 28.17-18).

Sobre o destino final dos anjos caídos, a Bíblia diz que eles estão sentenciados a condenação eterna, visto que Deus em Sua pré-ciência, viu que eles jamais se arrependeriam de seus pecados (1Jo 3.8; Jo 8.44). Assim, o destino final deles será o lago de fogo e enxofre, como está escrito: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).

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