Vigilância Espiritual - A Parábola dos Dois Servos
Estava próxima a Páscoa dos judeus e eram os dias finais do ministério Jesus; então Ele sobe para Jerusalém com seus discípulos e lhes avisa que os príncipes dos sacerdotes e escribas o matariam para se cumprir o que fora dito pelos profetas Isaías e Jeremias (Is 62.11; Zc 9.9).
No caminho Jesus passou por Jericó no sábado, curou o cego Bartimeu, salvou Zaqueu e pernoitou em sua casa (Mt 20.17-19; Lc 18.35-43; 19.1-10). No dia seguinte, domingo, Jesus seguiu para Jerusalém sendo acompanhado por uma muitíssima grande multidão de pessoas, tanto que iam adiante como que vinham lhe acompanhando pelo caminho (Mt 21.1-2,7-9).
Ao entrar triunfalmente em Jerusalém, os habitantes da cidade se alvoroçaram e perguntavam: Quem é este? E a multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia (Mt 21.10-11). Jesus entrou no templo e expulsou os cambistas e logo depois os cegos e coxos foram ter com Ele e foram curados. Vendo, então, os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia e as crianças clamando no templo: hosanas ao filho de Davi; se indignaram (Mt 21.12-15).
No outro dia, depois de sair do templo que seus discípulos tanto admiraram, Jesus então lhes disse: “não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada”. Chegando ao Monte das Oliveiras, eles lhes perguntaram em particular: “Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo” (Mt 24.3). Em resposta, Jesus faz o discurso do sermão profético ou escatológico, onde prognosticou sobre os sinais do tempo do fim e sua volta (Mt 24.1 a 26.1).
Jesus fez severas exortações a seus discípulos quanto à vigilância espiritual; dizendo: acautelai-vos, que ninguém vos engane (Mt 24.36-44). Falou-lhes “Vigiai, pois, porque não sabes a que hora há de vir o vosso Senhor” (v.42). E disse-lhes ainda: “Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do homem há de vir à hora em que não se pense” (v. 44). Ao concluir disse: “Bem sabeis que daqui a dois dias é a páscoa e o Filho do homem será entregue para ser crucificado” (Mt 24.1. a 26.1-2). Então Jesus propôs esta parábola do servo fiel e do servo mau, no intuito de que eles, comparativamente, entendessem a mensagem escatológica e atentassem para o cuidado da vigilância espiritual (Mt 26.41; Ap 16.15).
Na parábola do bom e do mal servo, temos mais uma exortação de Cristo com relação à sua volta a qualquer dia, por isso é necessário que estejamos prontos em todo tempo. Na parábola eram dois servos: o bom e o mal.
Em Mateus 24.48 temos escrito: “Se aquele mau servo disser consigo: 0 meu senhor tarde virá”; está claro que o mal servo não era descrente nem escarnecedor e nem agnóstico, era um servo do Senhor Jesus Cristo. Era um crente que se refere a Cristo como: meu Senhor. O mau servo acredita na vinda de Cristo, ele não é faltoso por negar volta de Jesus, mas por dizer: meu Senhor demora-se. Ele acredita que o Senhor vai voltar com certeza, mas não é necessário se preocupar com tal evento agora. Interessante é que ele não diz com a própria boca, mas no seu coração. Exteriormente parece crer na iminência da vinda do Senhor, mas no coração diz: não será por esse tempo agora, não preciso ficar preocupado com isso. Não é uma negação declarada, mas uma negação prática. “Como imaginou sua alma, assim é (Pv 23.7).
Do mesmo modo, muito servos estão fazendo e conformando-se com o mundo. No verso 49 do mesmo capítulo diz: “e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber com os ébrios.” Esse servo então, demonstra duas marcas de sua hipocrisia: a falta de bondade para com os irmãos e a preferência pela companhia dos maus. No entanto a grande surpresa está nos versos 50 e 51: “virá o Senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.”
Que o Senhor nos ajude a sermos vigilantes com a nossa vida espiritual a todo tempo para não lamentarmos por toda eternidade na companhia dos demônios e de todos que amaram mais o mundo do que a volta do Senhor Jesus Cristo.