O Homem e o Conhecimento de Deus
A maior constatação da existência de Deus é a criação do gênero humano: "Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26). Embora o homem seja um ser ínfimo em comparação a grandiosidade imensurável de todas as coisas criadas por Deus (Cl 1.16), o fato dele ter sido criado à imagem e semelhança de Deus e ser provido da faculdade cognitiva (conhecimento), o torna superior a todos seres criados. E isto o leva a interagir com Deus e exercer domínio sobre todas coisas criadas: "E disse Deus... e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra" (Gn 1.26).
Em consonância a isto, a maior necessidade do cristão é o conhecimento das Escrituras, por muitas razões:
1- Para lhe assegurar a vida eterna, como disse Jesus: "Porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" (Jo 5.39);
2- Para não errar na sua jornada cristã e desfrutar do poder de Deus: "Errais por não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus" (Mt 22.29);
3- Para que enquanto viver, prosseguir conhecendo a Deus: "Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor" (Os 6.3) e etc.
Se o cristão estiver arraigado nos ensinamentos da sã doutrina da Palavra de Deus, a interpretação e aplicação será feita de forma correta porque "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar" (2Tm 3.16). Porém, se o cristão der ouvidos aos falsos ensinamentos e a conceitos ideológicos de homens, a interpretação, logicamente, será de maneira errada.
No período dos juízes, todo o povo hebreu havia deixado de vez a orientação da Palavra, em consequência disso este período passou a ser conhecido como Idade das Trevas do povo de Israel. Semelhantemente, na época de Oséias, o povo de Israel e seus sacerdotes deixaram de consultar e ensinar as Escrituras. O resultado é que, consequentemente, eles foram destruídos pelo pecado, justamente porque lhes faltou o conhecimento da Palavra (Os 4.6). O Senhor alertou a nação hebraica para que conhecesse e continuasse a conhecer o seu Deus (Os 6.3). Esse conhecimento só pode acontecer por meio das Escrituras.
Adão, ao ser criado à imagem e semelhança, tinha muita compreensão e conhecimento das coisas criadas por Deus. Enquanto ele continuava no estado de inocência seu conhecimento era muito grande. Ele sabia das coisas naturais, assim como das coisas morais e divinas. Ele sabia muito de Deus, de sua natureza, perfeições e de sua mente e vontade. Através do conhecimento e a comunhão que ele tinha com Deus, as revelações que foram feitas por Deus a ele devem ter sido muito grandes. Por causa do pecado, o homem deixou de ter comunicação restrita com Deus. Mas Deus que é misericordioso e manteve-se comunicando com o seu povo através dos seus Profetas e nos falou nestes últimos dias pelo Filho (Hb 1.1).
No processo de composição das Escrituras, o homem foi passivo e Deus ativo. O apóstolo Pedro falando da origem e fonte das Escrituras, deixa isso muito claro ao dizer que “as profecias jamais tiveram sua origem na vontade dos homens, mas os homens falaram o que veio de Deus ao serem conduzidos pelo Espírito” (2Pe 1:21). Esta é uma prova de que o conhecimento de Deus depende do querer do homem.